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sábado, 19 de março de 2016

Helena

Ei, amiga
Nunca fez tanto sentido
A minha insistência
Em te chamar de Helena.

Volto aos gregos
pois em ti sobrevivem
Odisséias.

Tua fala, teu gesto
Seu silêncio em soluço
Tudo seu movimenta
Os tempos já vindos
E por vir,

Ter você perto
É voar sem consentir.

Se te quero escrever as palavras mais lindas,
Nem me importo
Porque sua presença me move
Ao que nunca jamais será definido.

Traços vagos e marcados
Esboços improváveis
Certezas moles e irrevogáveis
Tudo em ti se procria
E ser o mesmo
É ser nômade.

Tem uma beleza em você
Que hoje como ontem e sempre
Eu desconheço.
Mas ela pisca, me chama
Brinca de esconder e se mostrar
Tem uma beleza sua
Que não descansa
E não cessa de se renovar.

Se sei o que escrevo?
Nem imagino.
É que ao seu lado
Também eu me atualizo
Porque sei que é possível
Durar uma conversa
Aprendendo a te ouvir
Aprendendo a ir, viajar, ei,

Amiga

Eu não queria te contar, mas
Sou amigo

É que a sua luz é tão intensa
Seu brilho é tão tanto
Que só lhe resta a reserva
De se desmerecer um bocado.

Pois se você por si não se apaixona
Então fique bem
O mundo a ti se dobra
E por ti se desdobra.

Te amo renovado
Você é vento que não dorme
Você é papo sério justo porque
Não tanto elaborado.

Eu seria todo mundo se você
Me houvesse como em mim você há.

Eu sou. Logo,
Você me há.

Para Caroline Helena

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