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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Sobre passar o carro por cima do costume

Difícil passar a primeira marcha
E sem rouquidão
Pular já para a segunda
Houve quebra-molas
Houve princípios e iminência
De loucuras
Mas avança o carro
Feito catarro destinado
A pôr fim
A minha auto-tortura.
Não quero mais
Nunca havia querido
Mas houve
Houve a dúvida
Houve o amor
Talvez hoje
Talvez
Apenas talvez
Recíproco,
Mas não.
Não.
Não.
Repito o não
Para chegar à marcha terceira
E para à quarta
Nem vi o tempo.
Fui.
Estou indo.
Atropelando o hábito que se plantou em mim feito falta incapaz de ser mudada.
Mudo sofri comiseração de tantos séculos.
Um brinde à velocidade lenta
Que é mesmo o tempo da dor.
Templo em mim catalisa a certeza
De que o fim antes de matar
Move o amor
Outro
A mim
Destinado.
Corre o meu carro veloz
Sem freio
Porque mais fundo eu virei
Depois de por ti ser atropelado
Perdi o rumo
Mas a sorte me veio
Cobrar pedágio.
Onde eu estou agora?
Calibrando os pneus para exterminar
Os rastros.
Tudo poesia.

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