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sábado, 1 de agosto de 2015

duradouro

cansei dos diários
perco um dia
narrando o outro
um dia eu perco
registrando
o que naturalmente
será esquecido,

sem pressa
sem exigências
exceto as do íntimo
que quer bailar
sobrevivido
em capturas
inconscientes,

eu hoje te olho
e você de mim
ausente
quer poesia maior
que esta
a do impossível?

encontro um amigo
outro amigo me chama
vou tomar um café
como pizza
sobre o lençol
branco
da cama.

cai uma azeitona preta

a cerveja congelou

eu cansei de fumar

eu amo dormir pelado
solto sob o cobertor

mas é que ganhei pernas
e quânticos braços
posso eu, eu sinto
entrar nos sonhos alheios
passear de bicicleta
trazer amigos antigos
para conversas
na penumbra
de estranhos teatros

eis algum movimento
este, o de se dispersar
apesar de tanta concentração

haveria outra condição?
haveria outra coisa
que não apenas essa

escrever?

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