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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Para que isto me serve?

É tudo um jogo de projeção
De reflexo
e nisso
Jogo de reflexão.

Lanço ao fundo branco
o transtorno
Faço um desenho turvo
daquilo que me é
daquilo que sinto
Neste momento

e então
Tudo é já afirmação.

Tudo me representa
cada verso
cada salto
todo o sim e todo o não

Talvez
eu pense: seja esta minha terapia

Ver-me no fundo branco refletido
vendo minhas espinhas em letras miúdas refletidas
vendo a vida se refazendo
e as rugas se desenhando

em expressão clara
e destemida.

Isto me serve para estar vivo
serve-me isto apenas para o jogo
no tempo ágil
do gesto feito e vivido

Para quê?
Você me pergunta.
E eu já inventei um interlocutor

Pois você
não é você, meu amor

Você é só alguém que me serve
para me desfazer e refazer
Quando envolto
neste constante
E tenaz
torpor.

Você é alvo fácil para o amor.

Você é toda e qualquer coisa.

Você é tudo menos alguém.

Você é procedimento
para poetar
Minha existência.

Sim.

Perdão.

Seja o nome que vier.

É tudo ainda poesia
de décima
décima segunda
ou vigésima

categoria.

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