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domingo, 22 de março de 2015

Sem Você

A noite veio
os amigos também
Os lamentos tomaram algum tempo
Mas tudo hoje é mesmo rápido
Demais,

Se me perguntam o motivo
esperneio
Vontade que tenho é de arrancar-lhe
um dedo
e o sorriso todo
e a sensação de sossego.

Sofro a possibilidade já tornada real
a possibilidade da paz

Constato perversões que não me deixam dormir
porque mesmo não sendo poeta
você foi ousado demais ao negar
a única coisa que fazia de ti
Alguém,

Escrevo para vocês que não existem
Exclamo meus pavores a leitor qualquer
É que mais importante que o sentido desses versos
É dizer aquilo que se sente
mesmo sem querer,

Por isso
avanço sem medo
Alfinetando o meu sossego
e o transformando em realidade:

você desistiu de mim porque percebeu que eu não lhe seria parceiro nesse seu projeto da sua imensa vaidade.

Fez bem,
eu jamais serviria a tão pouca coisa
Você desistiu de mim
porque pobre lhe faltou força 
E assim, abrupto, sem medir
nem pesar
Rompeste com a única beleza de sua vida
para se sentir ultra star
Alguém dono de coisa que nunca ousou testar: a saber, a vida
A saber: esse mau estar
que é estar vivo
E indeciso frente ao que lhe vem
E ao que lhe pergunta:

Você consegue confiar?

Você não consegue, 
então vai praiar
Vai, você
afogar-se
para nunca
Nunca mesmo
Voltar.

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