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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

delicado embargo

Costumamos dizer que num dia, qualquer, 
a gente acorda e tudo se modificou.
Hoje, porém, eu ainda não dormi
no entanto - que sorte - mesmo assim
a manhã aterrissou com renovado frescor.

  • Oi, mãe
  • Bom dia
  • Bom dia
  • Esqueceu da gente?
  • Não. Imagina...
  • Pulou carnaval?
  • Um pouco.
  • E tá em casa?
  • Tô. Tava ouvindo música alta...
  • E não ouviu eu te ligando?...
  • É.
  • Tá tudo bem, então?
  • Sim. Voltando ao trabalho.
  • Que bom. Eu vou viajar.
  • ...


E isso aquilo e mais que tudo,
muito cuidado,
vozes doces no mesmo
e delicado embargo.

Mãe, às vezes, eu sou tão seu filho
e isso me engrandece tanto.
Foi bom te ouvir e contigo falar
foi bom compartilhar o que estou vivendo
sem medo do compartilhar.

Se eu me esqueço que sou teu filho
obrigado, mãe, por de tantas e distintas maneiras
obrigado por me lembrar:

eu sou seu filho.

E é lindo ter você, maezinha, como minha mãe.

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