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domingo, 1 de fevereiro de 2015

acerca de algum movimento

como o corpo é resistente, não?

observando algumas ações
que sobre ele se fizeram
é necessário, sobretudo,
destacar a ação maior:

o refazimento.

uma estrela do mar, dizem,
se refaz. perde um braço
e o refaz. dizem que o fígado
(nunca soube) também
sabe como faz.

o corpo resiste
e isso é o mais lindo.

por cima da tristeza
que o seduz até o pico
mais alto de qualquer
e todo abismo,

o corpo resiste
não cessa de se
refazer

e nisso de resistir
o corpo existe
de novo,
apesar de tanta judiação.

é pois que
tal qual o corpo
a poesia vai na mesma mão
e também volta.

não cessa a poesia
de reaver o direito
de posse e de desvio
da aorta.

e agora, josé?
a festa acabou
mas restou
o escuro.

bem-vindo então
ao mundo, ser gauche.

só não vive a escuridão
quem está certo
de que é preciso parar a vida
para aprender a viver.

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