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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Um cuidado que nunca tivemos foi o de conversar ao redor dos problemas.

Nunca conversamos ao redor da mesa
quiçá conversamos ao redor dos problemas
E olha que eles ainda nos povoam.

Família talvez seja coisa tão delicada
que já nasça disposta a se perder.

Perdi o cuidado, minha família 
Disse o que a moral me disse para jamais dizer:

Juntei na mesma oração as palavras ódio e família e não citei deus em momento algum.

Falei o que me veio à mente
e me senti pleno por concordar
comigo. Ainda que sozinho.

Dei voz às iras todas
flechei a santa família
e delatei o rol infindável de cinismos.

Perdoe-me, oh, vida
Mas meu temperamento prefere o fim
a ter que tolerar intolerâncias.

Estou entre familiares 
e é como se estivesse em linha de frente
saltando trincheiras para encontrar um corpo já morto
sob o qual me seria possível sobreviver.

Eu não me dou bem com nada disso
Eu não me vejo capaz de reafirmar laço por laço só porque estamos amarrados
não posso acreditar que estejamos falando de união
Tudo me sufoca
Não
Não
Não

Eu não quero!

Algo veio muito errado nessa missão

Afasto-me dela
na esperança de me tornar indiferente

Ou

Se a indiferença ainda assim for suscetível às irritações
Aguardo a morte minha para pontuar minha liberdade
dessa impaciência sem sorte.

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