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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

o que fazer diante ao novo

tento abaixar o espanto
concentrado nos ombros
moendo-me a tranquilidade

frente ao novo eu volto a me desconhecer
e nesses dias estranhos
se estranhar a si mesmo
não é coisa bem vinda

olho

miro

paro um pouco

ouço aquilo que respiro

penso se devo
ou não
penso se vai durar
mais que alguns segundos

então decido

é um jogo
colocar-se diante o novo
frente ao novo
aqui
agora
frente a essa miséria toda que me solicita e escraviza
que me determina e me enoja

eu quero
poder fazer diferente

eu quero
poder domar
ao menos um pouco
o corpo
este corpo
o que quero
e o que não quero mais

passou

o tempo passado
passou

não gosto mais de brinquedos
não curto mais tanto amasso

passou
a adolescência
a infância passou
no entanto
eu
sobrevivi

bruto e moldado.
moldado a brusquidão.
meio certo
e totalmente cego
meio duro
meio ser vivo
tentando ser vivo
na contramão.

respiro.

a coluna dói
ou seria o pulmão?

o corpo pede pelo cigarro que hoje (ao menos) não veio
nem virá
os olhos piscam ansiosos pela cerveja
que acena a mim
em todas as esquinas
dessa cidade
mas eu fico aqui

reencontrando sentidos
em meio às palavras
que vez ou outra me salvam
vez ou outra
me desorientam.

bom dia,

boa semana.

não é poesia
é só uma tentativa
tenaz
e esboçada
de se salvar uma vida

ou seja

não é nada
não é nada
mesmo.

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