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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sobre mim, sobre eu, sobre quem quer que eu seja

Não estou conseguindo escrever.

Consigo pontuar acentos e vírgulas
melhor que antes
Mas agora, se me vejo tentando escrever
me soa pequeno
menor que o próprio tamanho.

Sim, eu sei
Faz meses estou amando
apaixonado
completamente tomado
Eu sei, eu sei
eu já escrevi sobre isso
E mesmo sem escrever agora
(sobre o amor)
O amor se conserva quente
aqui
ao meu lado.

Então reclamo do quê?

Reclamo da ousadia das sílabas
paralisada.
Reclamo das rimas cansadas
das metáforas de merda
das canções inacabadas.

Não quero acreditar que poesia só exista quando a alma é solitária.

Agora, que te conheço
e te desejo
por todo o instante
Não haveria poesia capaz
de iluminar meu instante
aqui
de novo
neste mundo
Pulsando?

Não. Eu não vou matar nosso amor para te escrever versos.

Não. Não mesmo. Foda-se tudo,
foda-se o resto.

O que fica é meu e seu
é nosso
E realmente o que há fora disso
não me chama
não me atrai.

Fico, te olhando nos olhos
e tentando fazer poesia
em movimento
Sei lá,
vai que você cai no verso do meu sorriso ameno
Vai que, tu acreditas na metáfora enovelada dos meus cabelos lisos
Vai que, eu não sei,
eu consigo te prender aqui comigo
pela simples literalidade de um encontro como o nosso

sem enredo
sem rodeios
sem flamejantes desdobramentos

Te amo em simplicidade.

Te amo assim desse jeito,
curto
grosso
puto
tosco

Todo humano
Demasiadamente
Amor.

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