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sábado, 31 de agosto de 2013

Bombom

Nem sei porque fujo das palavras acentuadas
Talvez porque elas evidenciem algo que salta
Por sobre
Por cima
Da palavra crua
Nua, descarada

Nem sei porque nunca me dei com mentiras
Talvez porque elas queiram sempre
Exigir-me intrigas
Aqui
Onde o normal
Sobrevive como casa morna
E retinta

Nunca disse cala-te
Porque a palavra que nomeia o verbo
Exige-me imperativa tinta

Hoje
Durmo ciente do que jamais revelarei

Em sonho
Como saber?
Talvez eu esqueça do que desejo esquecer

Nem tente entender
Nem sinta derrota
Ou arrepios

Bom, meu bem
Que enigma isso,
Isto

De amar
Num reino
De patas
Cortadas

Premer
Prensar
Morder

Longe
Distante
Estrada de ar

Entre.
Farei-te sala.
Mesmo que sem luar
Guardarei tu no aconchego do meu universo
Desgrilhado.

Bom
Bem
Venha,
mas com cuidado.

Estou suscetível a você.

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