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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pulsão.

Não, Freud, não estou falando de ti
nem dos seus preconceitos.

Estou falando dessa mola inerte dentro de mim
que me impulsiona ao quase
quase-feito

Desfaço as vontades
e enfim, amanheço

O que pode haver de tão duradouro
que me impulsione a isso
a sempre esse mesmo
meio-desejo?

Estou reféns de hífens
sempre
refém
de ponte
de mim a ti
de ti a meu peito

Estou cheio
de fome
sem garfo
de frio
sem jeito
de pedir agasalho
apenas sobrevivo
inerte
a mim mesmo

Não me vejo mais.
Não me olho.
Não me
creio, apenas
Duvido.

Duvido do desejo
como quem duvida ter nascido de um umbigo.

Corda invisível
na qual me encordo
me enrolo
sufoco
e faço
a mim mesmo.

Cansei do "eu"
do "mim"
dessas palavras ensimesmadas

Pulso
Pulso
Frio
Quente
Meio assim
Pulso
Mesmo
Meio
Meio
Pulso.

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