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domingo, 23 de junho de 2013

Impreciso

Linha nunca saltada

Hoje observo
foi tudo plano sequência
Não pausaram-se os peitos
Não deitaram-se os olhos
Tudo
tudo

foi enamorando-se ao tempo
indo sem fim nem fundo
sem consciência
Puro afeto solicitando mão de mãe

Um carinho ali
dando gás ao prosseguir
Outro afago impreciso
confirmando a dúvida e pedindo

Sim, vá
Sempre ir
Sem questionar

Assim
Em estrofes
Desmedidas

Foram.
Fomos.
Nós.

E agora?

Fatiar a linha corrida
e fazer-lhe nós
de bordados.

Firmar a imaginação desse tempo compartilhado
e brotar estrelas de algodão coagulado.

Agora?

O sonho foi tornado viável.

É só entrar pelos olhos
para fazer com que mirem
O inevitável

A superfície plana
do livro em vida
Encenado.

Para Dodô, Dani e Davi.

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