tentativa se confunde
com inércia,
já não distinguo
poesia do
dia-a-dia.
o suicídio
se escorre
por sobre cada ideia
mas é só imobilidade
na casa
no peito
e no sexo.
o cigarro
me espreme a consciência
e fico então
enevoado,
incapaz de alçar voo
incapaz de apagá-lo.
penso que em alguns dias
outro ano terá início
e me pergunto
o que farei nele comigo?
quando me levarei para dançar
e onde
onde
vou plantar a minha paz?
eu não vou dizer
que fiquei triste muito cedo
(eu já o disse)
nem dizer
que faz falta a mãe
(estamos nós dois
nos desentendendo
faz anos)
assim
compro livros
passo um pouco de fome
me deixo viver
que seja um momento
que seja num instante
a propaganda
a horta
a fruta
o refrigerante.
e durmo
como nunca
hoje eu durmo
certo
de que amanhã
ainda será noite.
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sábado, 29 de dezembro de 2012
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