gira
entretido em sua prisão
ele aqui permanece
fingindo em movimento fixo
ser livre
e capaz de voar
olho o catavento
daqui onde estou
ele gira deitado
como se de fato
pudesse
realmente
voar
gira
fazendo circular
sua luz
e sua consistência
plástico-
quebradiça
olho o catavento
daqui onde estou eu miro
e me vejo luminosamente
nele
refletido, cheirando a cores
que eu ignoro a princípio
porque se misturam
não penso nele
apenas no que sinto
passando por mim
essas cores
feito um doce vento
tornam o dia
menos pesaroso
e de seu falso movimento
(seria mesmo falso?)
eu me alimento.
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domingo, 8 de janeiro de 2012
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