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sexta-feira, 20 de maio de 2011

SEMtEMPO

cruzo a avenida
sinto o vento
como posso perguntar tanto
diz meu peito
porém meu coração
respira em sobressalto.

olho para trás
escorre a água pelo ralo
como posso não ter fome
se sinto o cheiro
se molho os lábios
como fazer?

quero esquecer
quero dobrar a esquina
quero olhar para a lua
ontem
e ter fixado na retina
este acometimento
este impossível
que é o momento.

estou aqui,
paciente.
sobre palavras eu opero o segundo
eu me dou jeito
mesmo o de curta validade
eu me concebo
e o amanhã
quem sabe?

é só que queria dar a cor que o sol é capaz de pintar.

é só que eu queria muitíssimo
não ter que me perguntar nada
queria muitíssimo ser que está

viste
ele pergunta sem interrogar
suas palavras eram poucas
mas agora são maior
que seus sonhos

triste de mim, enfim
a curar a dor
do verbo

e não do corpo.

vou dormir então nu
sem cobertor
sem colchão
ou peito redentor

vou dormir cru
para acordar essencializado,
eu creio
eu espero
que ao menos neste sonho
que faz dias não vem
eu espero que isso tudo dê certo
e que o ponteiro me acorde
já lá em cima
e não mais outra vez
com os olhos cansados.

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