Então você me perguntaria se é sobre você.
Eu diria que sim. Sim, é por você.
Você então perguntaria desde quando?
E eu diria: desde quando
cruzaste meu caminho.
A poesia nasce abrupta na esperança repentina
do coração não mais ser sozinho,
Nasce no susto da troca das linhas
nasce no susto dos olhares nossos
que hoje
se habitam.
O mistério que um dia em nós nutríamos
Aos poucos, vira calma
prece escondida entre cabelos
entre topetes
entre gracejos.
Não. Isso aqui não é nada,
não tem futuro nem pretérito
Já nasceu morrendo
não me assegura o segundo
nem sozinho
nem em ti, embarcado
Isso aqui é mera distração
para iludir o corpo
rumo aquilo que me falta
agora
de fato.
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010
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