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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Réquiem Nº2

Eu espero que você tenha essa disposição, sabe? De me segurar se eu estiver caindo nesse chão sujo. Eu espero mesmo que consiga me apertar levemente e nisso me fazer perceber, que eu estou perdendo a linha e que não é preciso engrossar a voz, eu vou te entender pelo aperto.

E eu espero que nada disso seja preciso, que eu possa perder todo o nosso tempo entretido nos seus cabelos e na falta deles sobre essa cabeça imensa dentro da qual eu revolvo em sonhos. É engraçado ter que dizer que hoje tudo o que te peço é mesmo tudo, exceto o abandono.

Tens medo de que eu parta?
Tenho medos, vários, passageiros. E que se tiver que partir, que vá desde então, para que eu me recupere mais rápido dessa imensa confusão que é te ter para mim, só que em segredo.

Em poesia.
Sim, você é meu feito rima, combina comigo pois somos os dois metáforas. E metáforas, você sabe, pelo menos as minhas, elas sabem voar.

Eu espero que eu seja concreto.
Eu espero que eu seja direto.
Eu não quero ser feito de palavras para ti.
Eu não quero ser feito para ti, quero que me avassale agora o peito e faça de mim aquilo que desejar.

Percebe?
Estamos falando sozinhos.
Mais uma vez.
Recomecemos, então.
Pois é bonito isso do encontro e do querer e do dizer sem censura aquilo tudo que nunca diremos exceto aqui, no cruzar das linhas.

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