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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O quanto posso ser porto.

Escrever distrai a saudade.

Que eu sinto, neste momento.

Estando aqui, sem sofrimento, mas sim, ao relento. Dentro de casa, sem camisa, só com cigarros e bebidas e algo a mordiscar, um damasco, nada com vida.

Devolve-me o tempo, que juntos completamos. O tempo no qual juntos as mãos se chamaram e mediram seus tamanhos e encontraram seus dedos e abraçaram-se com vigor e ânimo. O tempo passou. E depois abraço, abraços mil, eu e você. Valeu tudo.

Ajuda a distrair. Ajuda ou atrapalha, é verdade. Porque não tenho nada aqui comigo. Exceto o tempo, sempre junto, e as lembranças. Será que vão se perder?

Tenho vontade de você.

Mas é normal. Porque ficando assim um gosto bom, do beijo, da boca, do corpo, do rosto, do abraço, do toque, carinho, noite, sono, manhã, surpresas, acaso, sentidos... Ficando assim tanta coisa diversa, tanta boa coisa, tanto abraçar das pernas... Bom, seria inevitável, não?

Não responde. O eco é dentro de mim. Eu que estou aprendendo por meio seu, o tamanho imenso que sobra dentro de mim. O quanto posso ser porto. O quanto posso deixar partir e ficar.

Não peço fica. Não. Não pedirei.

Peço que vá. E me deixe aqui, dormindo com a ilusão da volta. Que já não é ilusão, porque ainda assim, correm as horas. E o que virá lá na frente. É algo pelo o qual vale esperar.

Sim, eu te espero.

Mas se quiseres, se puderes, se vieres... Pode chegar. Estarei aqui. Talvez vestido, sem tênis, talvez com fome, talvez escovando os dentes, talvez ouvindo aquela música da voz que vem chegando feito brisa, talvez fazendo faxina, talvez esperando, chorando, rindo, fazendo a vida... Isso tudo é possível. E hoje ainda mais, porque houve este encontro. E o encontro é tudo. 

Encontro-enzima. Deita aqui junto comigo e catalisa. A vontade. A descoberta. Catalisa este meu corpo e o faz se conhecer. Façamos. Vamos amar. Agora apenas eu e o você.

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