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sábado, 12 de dezembro de 2009

rebobina.

para vermos onde foi que erramos.

volta tudo. vamos rir de novo naquele início
para ver se a gente aguenta mais fácil todo esse agora
todo esse texto
que não para de sair
que não para de secar
o meu o seu
nosso íntimo
desdizendo o outro
nosso íntimo
pedindo por beijos
mas falando na língua dos socos.

volta a fita
vamos ver se no passado alguma coisa jaz
esquecida
vejamos, por favor
me dê a sua mão
vamos tocar o corpo
como fosse o corpo
ainda o daquele encontro
ainda corpo fresco
com medo da comunhão
corpo com medo de se consumir
de inédito
imediato
corpo esperto
hoje mais não.

espera.
volta ali. naquele segundo partido.
vês?

foi ali que eu pensei pela primeira vez
e quando o nosso amor tiver morrido.

será que foi por isso que tudo ruiu?
será que foi dali adiante que as coisas vieram se quebrando
que os passos
meus seus nossos
foram titubeando
passos foram se tornando implicantes
e nunca mais uma esquina livre outra vez.

volta. deixa voltar tudo em câmera lenta.
eu não quero que o presente agora
seja outra coisa que não essa
eu poderia viver no futuro
este passado.

eu poderia ficar nesse sofá
ainda mais hoje
ainda mais colado
vendo as fitas
as fotos
as falhas
do nosso ato
i n a u g u r a l
deste amor ido.

Um comentário:

Dominique Arantes disse...

super lindo..
super referência ..


nem falo mais nada.
um beijo nessa poesia que me cala.

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