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sábado, 12 de dezembro de 2009

propina.

vem,
pede que eu paro.
e no passo seguinte, quando virar de costas
eu te chamo outra vez.

não tem jeito
eu não sou bom
quem ama é ruim ao fim
é ruim porque acha que o mundo inteiro
está a zombar
sozinho
de si.

vem cá,
pede com carinho
me diga
oi, por favor, você pode parar com isso

com isso, eu te repito
fingindo não saber que isso pode o meu isso deter
mas eu sei
portanto peça
e me faça entender
quero ver nos seus olhos
o meu desespero
indo em ti crescer

quero ver
se se pede a alguém o desamor
se se pede a quem ama para abortar
a missão,
não

não pode ser
só aceito a proposta se for noutra condição.

tempo.
você me olha.
eu gosto. quase começa a se desesperar.
mas é pouco. sempre mais,
eu quero

portanto, venha
chegue aqui chegue perto
consegue sentir o que eu te peço
te peço que me pague
que me compre
que compre o meu silêncio
para você
conseguir
seguir
sem eu
a te chamar
mal se rompa o amanhecer

compra, vai
eu quero ver
com qual jeito
com qual preço
comprarás você o fim da sua
que agora é minha só
dor

compra aí
quero ver essa delicadeza
quero ver se isso é normal
se se pode pedir ao outro
cesse! corte! quebre! seca
essa minha lágrima
com moedas de ouro

quem sabe assim hei de parar
quem sabe assim se assim for me comprar
compre! mas trabalhe
porque o meu amor é o mais caro
do mundo

mas só no caso de ter que se livrar
daquilo tudo que lhe foi destinado.

a prova é de graça
mas o resto
inevitável,

pois nem tente
nem tente ir embora
porque eu posso te falir
escute o que eu te falo
eu posso te fallir
e eu posso
te incendiar num só passo
não me dê as costas.


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