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domingo, 23 de agosto de 2009

segundo ATO

passou a chapada a face
o que vem a seguir é o pause
esse silêncio quieto assustador
onde avanço eu meio trêmulo
até ao encontro da sua dor.

passada as faces desenhadas
o lápis na minha mão é agulha
é navalha
nada poderá ser o mesmo
agora que o sangue escorre
descendo os andares.

estávamos no alto quando começou
estávamos no topo, disso eu sei
agora eu sou
algo preso no meio
algo contido
sendo no abrupto
singelo voador sem asa
mosca doente sem destino.

ficamos os dois ali parados
sem saber nenhum dos dois para onde ir
para onde vamos?
você no meu percalço
para onde ir?
você querendo saber porque eu canto quando estou assim
em desespero.

ficamos em mais um segundo
o silêncio endurecendo o caminho
ficamos seguros incapazes
um ao outro de sorrir
menino e menina
no tempo aprisionados
menino e menina
no espaço confinados

e se fosse possível voar?
estaríamos diante de uma janela
não dentro do elevador.

silêncio.
treme a luz.
ruído.
desce o elevador.
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bem...trabalhando... ;)


Homônimo

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