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domingo, 5 de julho de 2009

divido contigo num só tempo esse bocejo

Eu não consigo não pensar em você.

Se está sentindo frio. Fome eu já não posso dizer.

Mas não consigo não pensar
não calcular nem nisso me perder
foi em qual segundo preciso que a gente se permitiu
conhecer?

E desde então foi tanta coisa
que fica no agora um rastro indescritível
eu não quero lembrar
não quero fazer falta daquilo
que ainda habita este corpo...

É assim não é? A idéia de estar morto
vem primeiro ao corpo
Persiste porém nos outros
a sua existência intacta
ainda mais sutil
ainda mais exagerada

Persiste aqui em mim então
Eu não ligo, pode me usar
eu divido contigo o meu colchão

E se ainda quiser, divido com você o meu queijo
o meu beijo
divido contigo num só tempo esse bocejo que parece enganar o corpo
Dizendo vá dormir quando a necessidade de estar vivo me consome...

Por isso, vague agora
um pouco perdida sim
mas somente se está perdido para de novo vir a se encontrar
Por isso vai ser perdida
para na perdição se estruturar
e mal se faça novamente uma manhã
eu sei
eu sinto
eu quero
que esteja melhor
voando livre na sua liberdade
pulando em nuvens
saltando entre estrelas
indo dormir sempre bem tarde
a tempo de ver
aqui embaixo

como a noite nos consome com sua alegria.

#############################

A boca levemente por dentro corada
era sangue, eu me perguntei se dentro você ainda falava
eu me perguntei se algo foi calado
se algo em ti foi lacrado
mas não sustento esse jogo,

preciso acreditar que no seu vôo agora tu vai longe
e sempre mais
e sempre capaz - agora - de brincar sem corte
de tingir sem morte
de fingir sem choque
sem suor frio
sem azar
nem ode

vai, ganha teu espaço.
e deixa que a gente aqui se comove.

.

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