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quarta-feira, 17 de junho de 2009

num instante sem conexão

Num instante
Eu perco o destino da vista minha.

Sobro um segundo
Apenas
Agonizando no canto da esquina.

Alguém me vê?
Fiquei louco, foi?

A moça ri em minha direção,
Teria ela noção do transtorno que aqui dentro
Opera-se?

Ela continua sorrindo
E eu dentro tentando equilibrar o olhar
Tentando nem tanto tropeçar a vista
Mas sinto
Eu sei é comigo
Que as coisas oscilam e eu preciso agüentar

Eu atravesso a rua
Um calor um frio destemido
Não sei exato o que fazer

Por favor, um sorvete desses assim
Meio doce

Meio amargo

Eu caminho sozinho
Eu comigo saindo de mim
Eu sem mim pensando no abrigo
Que não vem.

Como demora esse automóvel!

Quero pegá-lo
Por ele ser pego
Quero ser arrasado e colado no asfalto desta noite que deita diante da confusão da minha vista

Fica um segundo
Não me anule, fique!
Persista em mim
Reinvista nesse território que é todo seu
Só não vá
Só não se vá por que...

Dentro uma ânsia corrói o mundo. Mais uma vez.
...........

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