Eu fui beber a água.
Não sabia quanto nervosismo poderia nela haver,
mas bebi mesmo assim,
como se nisso
bebesse também você.
Fumei um pedaço do seu cigarro.
Devolvi-o com cuidado
para no tremer
não denunciar
aquilo tudo
tudo tudo
que não queria
ou era fraqueza
que não conseguia
ou era esperteza
revelar.
Lavei louças
para distrair.
Fui ao banheiro
para me olhar.
Como estava
que tamanha idioticidade
mas eu fui firme
devo pelo menos me orgulhar
eu fiquei a me fitar no espelho
a me analisar
ouvindo o seu silêncio virar caminhar
e sentir os seus passos pela porta cruzar
Abri-a (a minha porta)
Nos demos cara a cara
Dei boa noite
mas noite despedaçada
já que era quase dia
já que era agonia
e eu forçei na fala entristecida
eu forçei até onde não saberia
e voltei para a solidão do meu quarto
"this are not times for the week of heart"
cantava alanis no meio daquela noite quase dia
a fome batia
parei um segundo já a porta ultrapassada
e ouvi que a do outro quarto permanecera intocada
tremi inteiro
avançei ligeiro
mas com cuidado
e ao estender-me pela minha porta
vi você.
que silêncio
que vergonha
que momento
que ânsia
era fome
no pré saciar
era fome
mas eu poderia aguentar
pois em segundos depois
deu-me a comida pela boca
e amanheci saciado
de banho tomado
pegando no sono
no ônibus rodoviário
viajando rumo ao destino
que escolhi para mim.
só para mim.
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domingo, 6 de julho de 2008
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