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quinta-feira, 27 de março de 2008

Explosão

Foi tudo num silêncio. A cabeça pensando e o corpo, coitado, tentando disfarçar.

Mas não houve remédio, o corpo pensando é complexo, quer falar, gritar, quer se rir, se chorar.

Não teve jeito, acabou por explodir. Na cama que virou meu leito, eu explodi primeiro o peito.

E depois, tudo acabou, como costuma ser. E eu não estranhei, pois a minha realidade dizia:

Amanheceu.

E eu nem vi o tempo passar.

O tempo esteve fora desse esquema.

A realidade me tragou, me guiou. Ela em mim despencou e sob o seu peso, fiquei burro.

Burro demais para pensar em qualquer coisa que não fosse aquela ali,

a insustentável leveza do meu ser.

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